Madam C. J. Walker (Sarah Breedlove, 1867 - 1919)

 

Walker entrou para o “Guinness World Records”, em 1919, por se tornar a primeira mulher milionária dos Estados Unidos, com patrimônio líquido estimado em mais de US $1 milhão de dólares. A empreendedora superou todos os obstáculos de sua época, inclusive o duro preconceito e racismo, além das dificuldades econômicas.  Walker era filha de pessoas que haviam sido escravizadas e um orgulho e exemplo de resiliência para o povo afro-americano. 

 

Breedlove foi disruptiva ao identificar uma grande oportunidade no mercado: atender às necessidades para o tratamento de cabelo das mulheres negras. Adicionalmente, Walker defendeu a independência econômica das mulheres negras através de oportunidades de trabalho, treinamento e desenvolvimento.

 

Para saber mais sobre a vida e obra de Walker, assista à minissérie “A Vida e a História de Madam C.J. Walker”, disponível na Netflix.

 

 

 

Ruth de Souza (1921 - 2019)

 

Nascida no subúrbio carioca, foi uma atriz pioneira, considerada a primeira-dama negra do teatro, do cinema e da televisão, gerando importante contribuição para a cultura popular brasileira e para a representatividade enquanto mulher negra na dramaturgia. 

 

Iniciou seus estudos e carreira, na década de 40, no Teatro Experimental do Negro, liderado por Abdias do Nascimento. Foi bolsista pela Fundação Rockefeller, passando pela Universidade de Harvard, além da Academia Nacional do Teatro Americano. 


Em mais de sete décadas de carreira, consolidou portfólio que contempla mais de 100 papéis, entre cinema, teatro e televisão, como em A Cabana do Pai Tomás (1969), O Bem Amado (1973), Sinhá Moça (1986), Rainha da Sucata (1990) e O Clone (2001). Em 2019, foi homenageada pela escola Acadêmicos de Santa Cruz, com o samba-enredo “Ruth de Souza – Senhora Liberdade, abre as asas sobre nós”, mesmo ano de seu falecimento.

 

 

 

 

Malcolm X (1925 - 1965)

 

Antes de se tornar um dos principais defensores dos direitos sociais para os afro-americanos, a trajetória de Malcolm Little foi atravessada pelo ativismo contra o racismo. Isso porque, quando criança, seu pai, filiado à Universal Negro Improvement Association, foi brutalmente assassinado, o que comprometeu a sanidade mental de sua mãe, levando-a a internação psiquiátrica e distanciamento de seus filhos.

 

Assim, transitou da casa de adoção à de detenção. Durante a reclusão se converteu ao Islamismo e de 1952 a 1964 integrou a Nação do Islã, liderada por Elijah Muhammad, que defendia a igualdade de direitos, fortalecimento e autonomia da comunidade negra. Malcolm também substituiu Little pelo “X”, por entender que não se tratava do sobrenome de seus ancestrais, mas sim dos senhores que os escravizaram. 

 

Além de jornalista, destacava-se pela sua retórica e oratória. Seus discursos se contrapunham aos ideais racistas de que eram inferiores em força, inteligência e beleza, o que elevava a autoestima da multidão negra. Foi assassinado com mais de dez tiros, em 1965.

 

Para saber mais, assista ao filme Malcolm X, de Spike Lee (1992), bem como a série documental “Quem matou Malcolm X?”, lançada em 2020.

 

 

 

Elza Soares (1930)

 

Elza é um ícone da música popular brasileira e da representatividade  da mulher negra. Ao longo de sua vida, através de suas produções artísticas, a cantora levantou questões sociais de extrema relevância como, por exemplo, a violência contra a mulher, a desigualdade e o preconceito racial. Entre tantos marcos em sua obra está  “A Carne”, canção que aborda criticamente o racismo estrutural do país, e ganhou mais repercussão após ser regravada em seu álbum "Do Cóccix Até o Pescoço", em 2002. 

 

Nascida e criada em um contexto carioca de fome e miséria, sua infância foi suspensa por um casamento, teve perdas irreversíveis para uma mãe, sofreu violência doméstica e ficou viúva duas vezes.

 

No início de sua carreira musical sofreu resistência por parte de seu pai e de seu cônjuge. Estreou em um programa de calouros (1953), mas gravou seu primeiro trabalho somente em 1960. Como cantora e compositora de samba, MPB e jazz, seu repertório é composto por mais de 30 discos, além de coletâneas, o que lhe rendeu premiações e homenagens. 

 

Para saber mais, leia a biografia oficial “Elza”, contada por ela e elaborada por Zeca Camargo (2018).

 

 

 

 

Lélia Gonzalez (1935 - 1994)

 

Lélia Gonzalez originou o feminismo afro-latino-americano. A intelectual, é a precursora da “tropicalização” do debate sobre gênero, uma vez que as problemáticas tratadas pelo feminismo branco e europeu se esvaziavam dentro do contexto brasileiro porque não consideravam a intersecção entre raça e classe. Leila, criada por seus pais, funcionária doméstica e operários negros, descendente também de índigenas, é uma mulher pioneira e disruptiva.

 

Graduada em História e Filosofia, Mestra em Comunicação Social e Doutora em Antropologia Política e Social, deixou uma vasta produção intelectual e original, tendo cunhado o conceito de “Amefricanidade”, trazendo luz à formação histórica e cultural da América, sob forte influência africana e indígena, reflexão incorporada aos estudos de raça.

 

Ademais, foi expoente nas discussões sobre raça no Brasil, tendo participado de organizações políticas do movimento negro durante a Ditadura Militar. Consequentemente, foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado (MNU) e do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN), dentre outras instituições.

 

Para saber mais, leia a obra biográfica “Lélia Gonzalez: retratos do Brasil negro”, por Alex Ratts e Flávia Rios (2010). Além dos livros e artigos científicos produzidos pela ativista.

 

 

 

Angela Davis (1944)

 

Uma das principais referências do feminismo negro, Davis é multifacetada: intelectual, educadora, filósofa, ativista pelos direitos humanos e outras questões sociais, como equidade de gênero, pobreza e paz, saúde e reforma penitenciária. Autora de várias obras de renome, abordou a interseccionalidade em “Women, Race & Class” (1980). 

 

Desde adolescente, a reforma social é um tema pautado por Angela Davis. Isso porque, nasceu e foi criada em um bairro segregado em Birmingham, Alabama, que por sofrer constantes ataques de supremacistas brancos da Ku Klux Klan, foi apelidado de "Dynamite Hill".

 

Davis se associou a vários grupos que defendiam seus ideais, sendo os “Panteras Negras”, um deles. Na década de 70, durante a tentativa de fuga de Jonathan Jackson em seu julgamento, o que levou a mortes no tribunal, Davis foi acusada de envolvimento. Passou 18 meses presa, respondendo por sequestro, conspiração e assassinato, até ser absorvida em 1972.

 

Em particular, é uma das convidadas a versar sobre a cronologia da escravização à criminalização de afro-americanos no documentário “13ª Emenda” (2016), disponível na Netflix.

 

 

Oprah Winfrey (1954)

 

Oprah é uma apresentadora autêntica e, por isso, de visibilidade internacional, executiva de mídia e influente na indústria editorial, atriz, escritora, e filantropa. Além de ativista contra o abuso sexual, em virtude de um trauma vivido na infância humilde, marcada por criações em diferentes lares e contextos.  

 

Desde criança, seu talento para oratória lhe rende reconhecimentos e premiações, dentre elas uma bolsa integral para Tennessee State University, formando-se em Comunicação e Artes Cênicas.

 

Passou a atuar na profissão na década de 70, em estação de rádio e mídia televisiva local como repórter e âncora, onde também co-apresentou seu primeiro talk-show. Sua carreira alavancou com o programa The Oprah Winfrey Show, no ar de 1986 a 2011, devido sua personalidade autêntica e popular. Paralelamente, lançou sua produtora Harpo Productions, Inc. (1988) e sua própria rede de TV, a Oprah Winfrey Network (OWN). Em 2003, foi apontada, pela Forbes, como a  primeira mulher afro-americana a se tornar bilionária.

 

Para saber mais, leia: Oprah: A Biography, de 2011, por Kitty Kelley e/ou acesse:

https://www.oprah.com/pressroom/oprah-winfreys-official-biography/all

 

 

 

Heloísa (Zica) Assis (1960)

 

Zica, considerada uma das 10 Mulheres de Negócios Mais Poderosas do Brasil (Forbes, 2013), é uma empresária visionária que está à frente da maior cadeia de salões especializados em cabelos crespos e cacheados do Brasil, o Beleza Natural - voltado para o público de classe C. 

 

Nascida em uma comunidade pobre do Rio de Janeiro, Zica, que já havia sido babá, empregada doméstica e brasileira, quis manter seu cabelo sem a necessidade de alisá-lo, nos anos 70. Diante da falta de empresas que ofertassem produtos e serviços para cabelos crespos, fez um curso de cabeleireira e debruçou-se no estudo e testagem de uma fórmula original que entregasse o que procurava.

 

Em 1993, com a fórmula Super-Relaxante, ela e os sócios abriram o primeiro salão, onde o modelo de negócio assemelha-se a uma linha de montagem. Em 2004 foi inaugurada a fábrica Cor Brasil Cosméticos, que produz a linha completa, a qual já expandiu para mais de 50 produtos usados e vendidos nos salões. Atualmente, em 2021, entre lojas e quiosques, somam-se 32 unidades distribuídas entre Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais.

 

Para saber mais, leia “Beleza Natural: A História da Rede de Cabeleireiros que Levantou a Autoestima das Brasileiras”, livro publicado em 2015.

 

 

 

Michelle Obama (1964)

 

Michelle Obama é advogada, escritora e a primeira, e por enquanto única, ex-primeira dama negra dos Estados Unidos, tendo ocupado o posto de 2009 a 2017. Seus discursos públicos são inspiradores e de grande alcance, principalmente pela sua representatividade. 

 

Graduada em Sociologia e Estudos afro-americanos, pela Princeton University (1985), e em Direito pela Harvard Law School (1988), iniciou carreira corporativa na área de direito de propriedade intelectual. No serviço público, atuou como Assistente de prefeito, Comissária Assistente do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento, Reitoria de Assuntos Estudantis e Diretora de Assuntos Comunitários da Universidade de Chicago. 

 

Casou-se com Barack Obama no início dos anos 90, o qual foi seu estagiário de verão. Em 2008, assumiu papel de destaque na campanha eleitoral do companheiro, que se tornou o 44º presidente dos Estados Unidos. Como primeira-dama envolveu-se em causas sociais como pobreza, vida saudável e educação.



Para se inspirar, leia a autobiografia "Minha história" (Becoming), de 2018. Em complemento, assista o documentário que mostra os bastidores da turnê de lançamento, disponível pela netflix (2020). Trailer:https://www.youtube.com/watch?v=pXs40bc40fc

 

 

Maria Júlia (Maju) Coutinho (1978)

 

Maju é a primeira mulher negra a apresentar o Jornal Nacional, programa da Rede Globo. A jornalista é uma inspiração para milhares de meninas e pessoas negras, devido ao lugar de destaque que conseguiu ocupar em um país onde o racismo é estrutural. 

 

Em 2015, foi vítima de ataques racistas nas redes sociais, o que contribuiu para a visibilidade do debate, tendo apoio e posicionamento de famosos e anônimos através da hashtag #somostodosmaju.

 

No que tange sua carreira profissional, Maju foi estagiária na Fundação Padre Anchieta, além de âncora, apresentando jornais na emissora até 2006. Desde 2013, atua na Rede Globo, ocupando cargo em programas de grande audiência como Fantástico, Jornal Hoje, Jornal Nacional e SPTV. Seu trabalho é laureado, por meio de premiações como: Troféu Observatório da Televisão - Categoria Melhor Garota do Tempo (2015 e 2016) e, em 2019, com Troféu Domingão - Melhores do Ano (Categoria Jornalismo).

 

Para saber mais, acompanhe seu trabalho e siga-a em sua rede social: @majucoutinhoreal

 

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